quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Mensagens Eleitas


Todos os dias recebo várias mensagensde e-mail de utilidade duvidosa. A maioria acaba por seguir um caminho pouco dignificante, se é que me faço entender. Relembro, porém, duas mensagens recebidas há bastante tempo mas que não foram esquecidas.

A primeira dizia respeito às várias pessoas que passam pelas nossas vidas, o tempo que pernanecem e a importância da sua passagem. Algumas pessoas ficam na nossa vida apenas o tempo estritamente necessário ao cumprimento da sua "missão" depois, acabamos por perder o contacto com (bastante) pena, é certo. Outras, permanecem bastante tempo mas não deixam grande marca... Um dia, uma colega de trabalho que enquadro definitivamente no primeiro tipo de pessoas, falou-me deste e-mail e do significado que tinha para ela. Vera, se vires este texto, dá noticias!

A segunda mensagem era uma pequena história acerca de uma criança que facilmente perdia o controlo deixando-se levar pela raiva sentida em inumeras situações. O pai da criança ofereceu-lhe então uma tábua, uns pregos e um martelo. De cada vez que ficasse irritada, a criança devia espetar um prego na tábua e, através das marteladas, libertar-se da raiva sentida. Um dia, a criança apresenta-se junto do pai com a tábua cheia de pregos e bastante orgulhosa por ter conseguido controlar a sua raiva. O pai sugere-lhe então que, de futuro, arranque os pregos espetados, sempre que se confrontar com estas situações. Mais tarde, a criança apresenta ao pai a tábua já sem pregos, certa de que tinha feito um grande progresso. Neste momento, o pai olha para a tábua, cheia de buracos onde antes se encontravam os pregos, e diz: - Sabes, com as pessoas que magoaste, com quem reagiste de forma incorrecta, aconteceu o mesmo. Deixaste uma marca que, tal como na tábua, é muito difícil de eliminar.

Tenho a certeza de que muitas vezes é naqueles que mais amamos que deixamos as maiores marcas! ( Entenda-se, marca de um prego espetado).

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Considerações em viagem

Em viagem o pensamento divaga pelas planícies alentejanas e paira sobre as serras algarvias. À partida, uma angústia assola-me o coração, até quando, o tempo não passa, Janeiro nunca mais acaba. Um dia de cada vez, diz o ditado popular, mas o horizonte é demasiado vasto e o ditado não traz o consolo esperado.
Com este sentimento lembro-me sempre de uma velha história infantil, lida em época correspondente. Uma criança encontrou uma fada que lhe deu uma pequena caixa. Com esta caixa, a criança podia realizar um desejo comum a muitos de nós, fazer o tempo passar mais depressa. Numa situação difícil bastava puxar um bocadinho o fio e tudo se resolvia, tudo era ultrapassado. A criança cresceu e continuou a recorrer à maravilhosa caixa. Um dia, quando já tinha uma idade avançada, encontrou novamente a dita fada. Conversaram sobre a vida, as suas dificuldades e os bons momentos até que a fada quis saber da utilidade da caixinha. O velho, após uns momentos de ponderação, afirmou que embora ela lhe tivesse facilitado a vida em muitos momentos, também o privou de inúmeras situações importantes cuja vivência teria sido enriquecedora. O ideal, segundo ele, seria que também houvesse um fio para voltar atrás no tempo. A história continuava, não sei bem como mas, para mim, o ideal seria poder parar o tempo em momentos tão simples, mas tão marcantes, como aqueles em que uma criança de dois anos ouve com toda a atenção do mundo, uma pequena história, pela enésima vez. Porém, como se fosse a primeira.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Janeiro


Um novo ano. Novos objectivos, sonhos, desejos ... uma lista infindável. Quem resiste a fazê-los?

Ainda que raramente sejam tornados publicos, secretamente todos sentimos ou pelo menos desejamos que este ano seja diferente. procuramos dar pequenos passos no sentido de nos tornarmos melhores pessoas, melhores amigos, colegas, companheiros de vida (penso eu). Lutamos para alcançar a perfeição, inalcansável. Por quanto tempo? Será que tudo isto não passa de uma mera declaração de intenções?


Janeiro chega, demasiado longo. Deixa-nos extenuados e ficamos a ver a vida passar. Pensamos no próximo fim de semana, nas próximas férias, no calor, no Verão. E nas cerejas? Hummm, já pensaram?

Bom, cerejas não há. Mas em breve a natureza vai tratar disso.